Os brasileiros decepcionados e inseguros em relação ao Brasil estão agora um pouco esperançosos. O 11 de maio, que se estendeu até a manhã do dia 12, veio com a decisão de afastamento da então Presidente Dilma. Temporária ou definitiva, a mudança trouxe um pouco de alento a empresários, investidores, consumidores, enfim, aos cidadãos em geral prejudicados pela crise econômica que assolou o nosso País, considerada a pior dos últimos cem anos. 

Hoje, sexta-feira 13, pode ser considerado o primeiro dia útil do novo Governo. Sob a liderança de Michel Temer, já com o número de ministérios reduzido e com novos nomes ocupando os cargos, o novo presidente está diante de um enorme desafio: conseguir a retomada do desenvolvimento econômico. 

O primeiro e mais contundente compromisso do novo Governo é recuperar e manter a confiança de todos os brasileiros e de investidores internacionais. Assim, são esperadas decisões éticas, inteligentes e planejadas, sem desvios de qualquer natureza. 

A recuperação do nível de empregos, que será conseqüência da retomada da economia, é outro aspecto que merece especial atenção. Espera-se ansiosamente a revisão das contas públicas, ninguém tolera mais uma má gestão desses recursos. 

Estamos cientes de que nada acontecerá como num passe de mágica. Sabemos que o estrago é grande e corrigi-lo é um processo de médio a longo prazo, não obstante as medidas emergenciais. É importante a sociedade permanecer atenta. Manifestando seu apoio às decisões do Governo ou impondo revisões quando entender ser equivocado o que se pretende adotar. 

Nós, papeleiros, temos a nossa representatividade sindical e a FecomercioSP, para defender nossos interesses. Tão logo tomada a decisão do Senado, a Federação apresentou pleitos capazes de colocar o País de novo nos trilhos. Enumerou as seguintes medidas:

- Restabelecimento do tripé macroeconômico, com metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal; 

- Redução do número de ministérios e estabelecimento de teto para crescimento dos gastos públicos, sem aumento de impostos (não à volta da CPMF e ao aumento da carga tributária); 

- Desvinculação orçamentária, desindexação de despesas e revisão da regra de reajuste do salário mínimo, que poderia passar a ser corrigido pelo crescimento da renda per capita. 

E mais: a necessidade de reformas Tributária, da Previdência e Política. 

No aspecto trabalhista, se espera a modernização da legislação vigente, com a adoção de medidas que permitam ao empregador flexibilizar as relações de trabalho, bem como a regulamentação da terceirização e maior autonomia na negociação entre empresas e empregados. Medidas de desburocratização e incentivo à negociação, arbitragem e conciliação para reduzir os custos do sistema judiciário e facilitar a resolução de conflitos.

Outro ponto relevante diz respeito à maior abertura comercial para incentivar a concorrência no mercado interno, que seria muito salutar para o nosso setor, principalmente com a redução do imposto de importação. 

Há muito a ser feito e a mudar neste País. Não será nada fácil, mas este é um bom momento. Vamos permanecer alertas, acompanhando as decisões do Governo. O SINAPEL está disposto a contribuir na construção de um novo Brasil, apresentando e defendendo os anseios de seus representados. Este é o nosso compromisso nesta hora em que depositamos um voto de confiança no novo Governo. 

Que nada se sobreponha aos interesses da sociedade e que as decisões tomadas pelo Poder Público recuperem a economia e restabeleçam a dignidade aos cidadãos. 

Que prevaleça a ética, o bom senso, a justiça e os interesses da Nação, que está acima de partidos e de interesses particulares.

Estamos confiantes e alertas. 

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